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A lista dos dez maiorais de Itanhém, que completa 65 anos de emancipação política nesta segunda (14)

Publicado em: 14/08/2023 Atualizado:: agosto 14, 2023

Ex-vereador Dema e ex-prefeito Oséas Moreira com placa em tributo a Sady Teixeira Lisboa

 

Por Almir Zarfeg

 

A lista foi elaborada por mim e, portanto, representa a minha visão sobre a história itanheense. Para chegar a ela, levei em conta aspectos políticos, históricos, culturais e sociais. Considerei sobretudo as contribuições pessoais na conjuntura da época, em momentos bem específicos.

 

Para incluir o nome do saudoso José Henrique dos Reis na lista, por exemplo, é preciso conhecer sua militância política e, em especial, a campanha que liderou em favor do Voto Branco nas eleições municipais de 1972. Seguramente pode ser considerado o maior nome da oposição local.

 

A lista – além de Zé Henrique – apresenta nomes como os de Simplício Binas, Sady Teixeira, José Resende e, também, o de Gedeon Botelho Ferreira, que chegou ao comando do município em três ocasiões (1982, 1993 e 2005), tendo como vices José Carlos Teixeira Pinto, Juarez Correia e Levi Moreira de Souza, respectivamente.

 

 

Gedeon Botelho não só foi eleito prefeito em três oportunidades como liderou o período que compreende a eleição de Edmo Afonso Leles dos Santos (1976) até a reeleição de Milton Ferreira Guimarães (2012). Tanto o apoio como a oposição dele foram decisivos na política municipal enquanto esteve vivo.

 

Depois de Sady, Gedeon é sem dúvida o grande nome da política local. O que lhe faltava em carisma, com certeza, sobrava em estratégia e poder econômico.

 

Eu elaborei esta relação motivado pela passagem do 90º aniversário de nascimento do saudoso Gedeon Botelho, nascido em 22 de agosto de 1930, em Joaíma, no Vale do Jequitinhonha. E veio para Itanhém, no extremo sul da Bahia, ainda jovem, para fazer história.

 

Dos nomes que compõem a lista, apenas o ex-prefeito Joca continua vivo. Vida longa para ele!

 

 

A Lista

 

Simplício Binas (1º lugar)
Sady Teixeira Lisboa
José Resende Sobrinho
Gedeon Botelho Ferreira
Manoel Batista dos Santos
Zé Henrique dos Reis (6º lugar)
João Farias Pires (Jota)
João Lopes de Ângelo (Joca)
Dolírio Rodrigues dos Santos
Plínio Curvelo (10º lugar)

 

Dolírio Rodrigues

 

Dolírio Rodrigues dos Santos faz parte do rol de desbravadores de Itanhém. Tendo nascido em 3 de dezembro de 1927 em Teófilo Otoni/MG, após presenciar a morte de seu pai, o garoto foi aventurar pelo Vale do Jequitinhonha: primeiro Salinas, depois Rio do Prado (então Barracão) e, finalmente, Água Preta, no lado baiano. Sempre acompanhado da mãe, Clemência Rodrigues Porto, que viria a se tornar grande parteira na região.

 

Em 1946, Dolírio se casa com Rita Celestina dos Santos, moça que conhecera em Jeribá, atual distrito pertencente ao município de Palmópolis/MG. No início dos anos 50, o casal já possuía propriedade rural onde funda a Venda Boa Rica e dá início a um bem-sucedido empreendimento comercial. As mercadorias eram compradas na cidade mineira de Nanuque, então chamada de Bueno, e transportadas no lombo dos burros.

 

O estabelecimento comercial inspira o surgimento do vilarejo, que ganha fôlego com a doação de 40 lotes feita por Dolírio, de maneira que as primeiras famílias se estabelecem ali. São construídas a primeira igreja católica e a primeira escola, inaugurada a Rua Ilhéus, contratado o primeiro professor – Nicanor Dias dos Reis –, mandado buscar em Palmópolis.

 

Assim estava oficialmente fundado o povoado de Santa Rita do Planalto, tendo Santa Rita de Cássia como padroeira, também conhecido por outros dois topônimos: Brejão e Rajado. Era 19 de dezembro de 1954.

 

Dolírio Rodrigues, enfim, foi um daqueles desbravadores mineiros que chegaram à região para liderar as pessoas e cravar seu nome na história itanheense. Em Santa Rita ele foi um pouco de tudo: fundador, delegado, líder político, vereador por quatro mandatos (nas eleições de 62, 66, 70 e 82) e, portanto, um nome inesquecível.

 

Lista incompleta

 

Uma lista com os dez maiorais de Itanhém só poderia dar nisto: incompleta, questionável e, mais que isso, injusta. Nomes relevantes simplesmente ficaram de fora: Padre José Koopmans, João Neres da Rocha (João Açúcar), Clotildes Moreira Curvelo (dona Coló), Santo Mota, Manezim do Gavião (por que não?), Nelson Vital (fotógrafo), Chico Lopes (Cine Lopes), o casal Dr. Carlos Gavazza e Eulinda de Aguiar Gavazza, Mãe Zuína (parteira), Elpídio Madeira (coordenador de romaria), etc.

 

Continua insatisfeito com a minha lista? Então faça a sua listinha.

 

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Almir Zarfeg é itanheense, mas reside em Teixeira de Freitas. É presidente de honra da Academia Teixeirense de Letras (ATL).

 


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