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Após mortes de indígenas, Roma sai em defesa de ‘proprietários agrícolas’

Publicado em: 19/01/2023 Atualizado:: janeiro 19, 2023

 

Na terça-feira (19), dois indígenas foram assassinados a tiros no Extremo Sul do Estado

 

O deputado federal e ex-ministro João Roma (PL) pediu ‘providências’ ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal contra o que chamou de ‘invasões criminosas’ de propriedades agrícolas no Extremo Sul baiano por ‘supostos indígenas’.

 

“Desde o final do ano passado que estamos denunciando essas ações criminosas de bandos armados, dizendo-se índios, aterrorizando a região. E agora está recrudescendo este movimento ilegal”, alertou o ex-ministro, em texto divulgado pela assessoria de comunicação na manhã desta quinta-feira (19).

 

Presidente estadual do PL na Bahia, Roma disse que existe um rito legal para a demarcação das terras indígenas e ‘não tem cabimento o uso da violência para a ocupação de propriedades produtivas.’

 

“Não podemos permitir que, em pleno Século XXI , o Extremo Sul se transforme em bangue-bangue por oportunistas que se passam por indígenas para invadir criminosamente propriedades sob o arrepio da lei. A barbárie não pode prevalecer no estado democrático de direito”, diz João Roma.

 

Na terça-feira (17), dois indígenas foram mortos a tiros na BR-101, no extremo sul do estado. Segundo informações da Polícia Civil, as vítimas foram identificadas como Nawir Brito de Jesus, 17 anos, e Samuel Cristiano do Amor Divino, de 25.

 

Ainda de acordo com informações da polícia, os dois homens foram baleados quando se deslocava do Povoado de Montinho para uma das fazendas ocupadas por um grupo indígena no processo de ‘retomada’ de terras reivindicadas pelos povos Pataxós da região.

 

‘Lastimável’

 

Na quarta-feira (18), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) foi às redes sociais e disse que determinou apuração do caso. Para o petista, os episódios são ‘lastimáveis e inaceitáveis’. Segundo ele, o policiamento na região foi reforçado;

 

“Desde ontem, quando fui informado dos acontecimentos com indígenas no extremo sul baiano, determinei que a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Civil, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos acompanhem e apurem este fato lastimável e inaceitável. Determinamos também imediato reforço do patrulhamento ostensivo na região, que já está em curso. Não iremos tolerar qualquer tipo de violência”, escreveu Jerônimo nas redes sociais.

 

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‘Não haverá impunidade’

 

A ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara, condenou a morte de dois indígenas e prometeu que não ‘haverá impunidade em relação aos crimes’.

 

“Ontem perdemos dois jovens Pataxó em virtude de conflito por terra e luta por demarcação. A minha primeira agenda do dia será com lideranças indígenas do Extremo Sul da Bahia. Acompanharei de perto o que vem acontecendo na região e irei requisitar ação imediata do Estado.”, escreveu a ministra.

 


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