Publicado em: 16/03/2023 Atualizado:: março 16, 2023
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou nesta semana a formação de um grupo de trabalho para colaborar com o Banco Central em questões relacionadas ao desenvolvimento do projeto piloto do Real Digital, a moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês) brasileira.
Segundo informações divulgadas pela entidade do setor bancário, serão 15 participantes de bancos associados à federação. O grupo de trabalho terá como foco questões como debates técnicos, segurança, resiliência, interoperabilidade e escalabilidade do Real Digital.
Na avaliação do diretor-executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban Leandro Vilain, “em um primeiro momento o Real Digital provavelmente terá mais aplicabilidade para a pessoa jurídica. Não será utilizado em larga escala por pessoas físicas”.
“O mercado ainda vai se desenvolver. O que estamos construindo é uma infraestrutura que permita a tokenização desses depósitos. E a partir daí, você abre um leque de oportunidades para outros produtos e serviços no sistema financeiro”, explicou o diretor.
Vilain destacou que a utilização da tecnologia blockchain permite operações mais eficientes e seguras no sistema bancário ao enfatizar a inovação tecnológica da tecnologia que suporta as criptomoedas, por meio de registros imutáveis criados de maneira descentralizada.
Para o diretor, apesar do Pix suprir a necessidade de transferências bancárias, a utilização da tecnologia disruptiva no desenvolvimento do Real Digital abre novas frentes. “A questão é que a tecnologia em blockchain abre um portal para outras transações mais complexas que chamamos tecnicamente de DvP, que só se concretizam mediante a entrega de um serviço – você reserva um pagamento, mas só se efetiva quando o serviço da contraparte estiver feito”, completou.
No início de março, o Banco Central anunciou o protocolo Hyperledger Besu, uma Ethereum EVM, para os primeiros testes do Real Digital. A expectativa é que a etapa de testes se estenda por 2023 e termine no início de 2024, com a última etapa, de lançamento da CBDC brasileira para uso da população, ocorrendo no fim do próximo ano.
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Fonte: Exame