Publicado em: 17/01/2022 Atualizado:: janeiro 17, 2022
Após indicarem não haver pressa para definir a chapa majoritária de 2022, aliados do senador Jaques Wagner informaram há alguns dias que a expectativa é que a definição aconteça ainda em fevereiro. É o prazo em que normalmente o martelo seria batido, próximo ao Carnaval, caso estivéssemos em condições normais. A pandemia, que poderia ser a desculpa para empurrar um pouco mais com a barriga essa divulgação, não vai ser usada. Porém é sabido que há apenas uma vaga em aberto, de vice, o que facilita o processo.
Wagner é citado por 10 entre 10 aliados como o nome para a disputa ao governo. O senador Otto Alencar (PSD) é cotado para reeleição e apenas uma mudança brusca alteraria esse cenário, como, por exemplo, uma candidatura de Rui Costa ao Senado. Algo muito improvável de acontecer, especialmente pela dificuldade em acomodar o social-democrata. Como João Leão não pode ser repetido na vice, resta a indicação de outro nome do Progressistas para manutenção do tripé que dita os rumos da política baiana desde 2014. Essa é a grande incógnita desse embate. O PP vai indicar um nome jovem, para reduzir a média etária e reduzir as críticas do adversário ACM Neto? Ou vai apostar no modelo atual com caciques reconhecidos?
Foi esse acordo sacramentado da chapa que rendeu toda a celeuma recente com o deputado Marcelo Nilo (ainda no PSB), alijado de qualquer conversa e entregue aos adversários para negociações. Cão de guarda de Wagner durante sua passagem pelo comando da Assembleia Legislativa da Bahia, o parlamentar é quase “carta fora do baralho”, numa visão otimista. Ainda assim, Nilo estaria ligeiramente distante de ser incorporado ao grupo de oposição, apesar de ter sido entregue numa bandeja prateada.
Caso o grupo de Wagner confirme a chapa completa em fevereiro, esse movimento pode obrigar ACM Neto a acelerar as discussões internas. Só que esse grupo tem que aguardar questões nacionais e de filiações na janela partidária. Qualquer movimentação precipitada antes disso pode criar ranhuras nas relações que podem ser difíceis de serem consertadas. Essa “obrigação”, se imposta pelos aliados do PT, pode ser, inclusive, a justificativa para que a chapa do senador seja divulgada. São diversas variáveis que, por mais que se mostrem desconexas, são imbricadas e inter-relacionadas. Sim, isso é política enquanto arte. Gostemos ou não.
Fonte: Bahianotícias