Publicado em: 25/01/2022 Atualizado:: janeiro 25, 2022
Por Erivan Santana
É com grata satisfação que acabo de ler o romance “Estação 35”, do escritor, poeta e jornalista Almir Zarfeg. O fato de termos uma história de tal porte ambientada em nossa região nos coloca na posição de privilegiados. E à medida que vamos lendo a obra, temos a sensação de estar junto aos personagens, pois, de uma forma ou de outra, conhecemos as cidades onde o enredo se desenvolve.
Eu, por exemplo, morei durante muito tempo em Posto da Mata (distrito do município de Nova Viçosa), onde meu pai era comerciante e onde passei boa parte da minha infância. Ali tinha uma estação desativada da EFBM que funcionava como agência dos Correios e eu sempre tinha muita curiosidade para saber mais sobre essa parte da nossa história. Aquela construção simbólica sempre significou muito para mim; graças a ela, nostalgia e mistérios se misturavam na minha imaginação.
Ao ler “Estação 35”, fui levado a conhecer cada vez mais sobre aspectos históricos, geográficos e culturais que o autor nos presenteia em uma trama carregada de significados, suspense e humor.
Tudo isso nos remete, necessariamente, a muito conhecimento e reflexão. E também suscita em nós, de certa maneira, um sentimento de pertencimento a esta região que muitas vezes ficava adormecido.
É bom viajar – via literatura – por uma região entrecortada de mares, rios, florestas, índios, afrodescendentes, cultura e muita história. O romance zarfeguiano, portanto, surge para nos lembrar de tantas coisas valiosas, como a estrada de ferro Bahiminas, que ligou o Extremo Sul da Bahia ao Nordeste de Minas Gerais. Ou como a Maria Fumaça, que transportou gente, riqueza e emoção durante décadas.
Parabéns, Almir Zarfeg, pela estreia na narrativa de fôlego! Que este romance seja o primeiro de muitos outros!
Erivan Santana é poeta e cronista. É autor de “Para ler um poema”, dentre outras obras. Ocupa a Cadeira 36 da Academia Teixeirense de Letras (ATL).