Prisão ocorreu a caminho do aeroporto onde embarcaria para Brasília

 

Ex-presidente é condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em esquema envolvendo a BR Distribuidora.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (24) a prisão imediata do ex-presidente Fernando Collor de Mello, após rejeitar os recursos apresentados por sua defesa. Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão em regime fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em um esquema que envolveu o recebimento de R$ 20 milhões em propinas da UTC Engenharia, em troca de favorecimentos na BR Distribuidora.

A decisão de Moraes encerra um longo processo judicial iniciado no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo as investigações, entre 2010 e 2014, Collor utilizou sua influência política para direcionar contratos da subsidiária da Petrobras à UTC Engenharia. Em troca, a empresa teria pago propinas milionárias, que foram lavadas para ocultar sua origem ilícita.

 

Provas e Condenação

A condenação de Collor foi sustentada por provas materiais, incluindo e-mails, documentos internos e registros de comunicação entre os envolvidos. Delatores da Lava Jato, como Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC, e Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, confirmaram o esquema. A Procuradoria-Geral da República destacou que Collor exerceu ingerência direta na BR Distribuidora, indicando diretores e favorecendo contratos irregulares.

Além da pena de prisão, Collor foi condenado a pagar uma multa de R$ 20 milhões por danos morais coletivos, solidariamente com outros réus, e está proibido de exercer cargos públicos por um período equivalente ao dobro da pena.

 

Reação da Defesa e Próximos Passos

A defesa de Collor afirmou ter recebido a decisão com “surpresa e preocupação” e informou que o ex-presidente irá se apresentar voluntariamente à Justiça. A ordem de prisão será analisada pelo plenário do STF em uma sessão extraordinária, mas a execução da pena já está autorizada.

A prisão de Fernando Collor marca um capítulo importante na luta contra a corrupção no Brasil, reforçando a necessidade de responsabilização de figuras públicas envolvidas em esquemas ilícitos.

 

Fonte: portaldafeira

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