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Indígena de Cabrália é cotada pra assumir Secretaria de Saúde Indígena no governo Lula

Publicado em: 20/12/2022 Atualizado:: dezembro 20, 2022

Luzia Pataxó participou do grupo de trabalho de transição do novo governo, em Brasília

 

Moradora da aldeia indígena de Coroa Vermelha, onde nasceu e vive até hoje, Luzia é servidora pública de Porto Seguro e tem ampla atuação na área da saúde indígena

 

A indígena de etnia Pataxó Luzia Silva Matos, de Santa Cruz Cabrália, é cotada para assumir um cargo no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Com larga atuação na área da saúde, Luzia Pataxó, como é conhecida, deve ser o nome escolhido para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

 

Ela participou do grupo de trabalho de transição do novo governo, em Brasília, e foi indicada ao cargo pela Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia (FINPAT), pelo Movimento Indígena da Bahia (Miba) e pelo Conselho de Caciques Pataxó.

 

Criada em 2010, a Sesai, do Ministério da Saúde, atende quase 800 mil indígenas aldeados em todo o Brasil.

 

PLANOS PARA MELHORAR SAÚDE INDÍGENA – Em entrevista ao Radar News, Luzia disse que, se assumir a pasta, pretende fazer com que as políticas públicas voltadas aos indígenas cheguem até a base. Também quer que as equipes de saúde estejam em área todos os dias atendendo essa população.

 

Nos seus planos também está a construção de unidades de saúde indígena, para que os atendimentos deixem de ser feitos em igrejas e escolas, como ocorre atualmente, por falta de um local apropriado.

 

Outra questão que será prioridade, caso assuma o cargo, é dar mais agilidade aos atendimentos de saúde de média e alta complexidade. Conforme Luzia, vários indígenas já morreram devido à demora nesse tipo de atendimento. “Eles chegam a esperar dois anos na fila para uma cirurgia, e acabam morrendo antes da liberação desses exames de média e alta complexidade”, lamenta.

 

ABANDONO NO GOVERNO BOLSONARO – A Sesai é responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no SUS. Durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, a pasta foi esvaziada, assim como o atendimento médico aos povos indígenas, afirma Luzia.

 

Segundo ela, atualmente, os indígenas estão desassistidos, faltando até gasolina para as equipes de saúde se deslocarem às aldeias.

 

Além da área da saúde, Luzia também tem forte atuação no movimento de mulheres. Para ela, uma indígena ser escolhida como titular da Sesai prova que as mulheres podem e devem assumir cargos importantes.

 

TRAJETÓRIA DE LUTA PELOS INDÍGENAS – Luzia Silva Matos tem 47 anos, é casada e tem dois filhos. Nasceu e mora até hoje na aldeia indígena de Coroa Vermelha. Formada em Ciências Humanas e Sociais, é concursada no município de Porto Seguro, onde trabalha há 19 anos na área da saúde indígena.

 

Filiada ao PT, Luzia foi vereadora no município de Cabrália no período de 2000 a 2004. Nas eleições de 2004, ficou como suplente.

 

Sua atuação sempre foi dedicada aos povos indígenas. Foi gerente de Assuntos Indígenas do Areneá Pataxó, na Superintendência de Assuntos dos Povos Indígenas de Porto Seguro; foi diretora municipal de Saúde Indígena, na Secretaria Municipal de Saúde de Porto Seguro; superintendente de Assuntos dos Povos Indígenas, na Secretaria de Governo de Porto Seguro; e coordenadora distrital de Saúde Indígena da Bahia (Dsei), da Secretaria Especial de Saúde Indígena.

 

Além disso, foi conselheira de Saúde e conselheira estadual do Direito e Defesa da Mulher, representando as mulheres indígenas da Bahia na Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo do Estado (Sepromi), e integrou a coordenação das mulheres indígenas da Funai.

 

Atualmente, representa o Movimento Indígena da Bahia (Miba).

 

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Fonte: Radar.news

 


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