Publicado em: 22/08/2023 Atualizado:: agosto 22, 2023
No início de agosto vazaram conversas de um grupo privado de WhatsApp de prefeitos da Bahia, nos áudios que viralizaram nas redes sociais, os gestores de três cidades detonam o governo Lula por conta da queda e do corte de receitas destinadas ao município, a maioria dos prefeitos, afirmam que fizeram campanha para o presidente Lula (PT) e até chegaram a declarar que: “Com Bolsonaro, a gente não passou tanta dificuldade”.
O primeiro a se pronunciar foi o prefeito de Itabela, “Luciano Francisqueto” que falou que só vê as receitas despencando. “Eu só vejo cair receita, cair receita, e todo mundo fica quieto?”, “Não tenho nada contra o Governador Jerônimo fiz campanha para ele agora o governo de Lula está deixando a desejar meu irmão”, “Os repasses da educação caiu, o repasse dos royalties, tá caindo tudo, o FPM caiu”, “Esse governo federal está acabando com os municípios”, “Deve ser chamado de “Governo mata prefeito”, “tá levando tudo pra Brasília e a gente aqui fica levando cacete da população”.
O prefeito de Itapebi Juarez Oliveira, também soltou o verbo contra Lula, “O povo falava do Governo Bolsonaro mas nunca cortou, não cortava as coisas dos prefeitos não, nos votamos em Lula, aqui ele teve 78% dos votos na cidade”, “e nós estamos com pires na mão pedindo esmola ao governo Lula porque estamos lascados”,”O governo de Lula quer fechar as prefeituras” afirmou o prefeito.
A prefeita de Guaratinga, Marlene Dantas também entrou no grupo e afirmou que estava envergonhada de ter votado em Lula, “A carga só cai para cima dos prefeitos”,”Querem acabar com as prefeituras pequenas sabendo que a Bahia foi a que mais deu voto pro presidente Lula”, “Cortando Bolsa Família das pessoas, não fez nada pelos aposentados”, “isso uma é falta de vergonha o que Lula está fazendo”, “no governo Bolsonaro não era esta cachorrada não”.
Um outro vídeo também viralizou nas redes e foi até compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro, em que o prefeito do município paraibano de Remígio, André Alves, disse que sua cidade enfrenta dificuldades financeiras desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022. O político apoiou o candidato petista na disputa eleitoral do ano passado, e afirmou “Com Bolsonaro, não passamos tanta dificuldade”, “O dinheiro era certo. Muito mais do que está vindo hoje. Não fui eleitor do , mas não posso negar. O governo Lula não gosta muito dos municípios. Os recursos estão caindo a cada dia.”.
Os prefeitos que apoiaram o presidente Lula estão vivendo um dilema, já que 2024 é ano de eleição e muitos gestores que buscam a releição estão sofrendo com a crise na arrecadação que já tem prejudicado os gestores com a opinião pública, assim muitos prefeitos já tem afirmado publicamente que a “Culpa é do Lula”, pois temem que isso cause prejuízos irreversíveis nas eleições de 2024.
Diante à crise mais mil gestores de todo o país se reuniram em Brasília na última terça-feira (15) para discutir o corte na arrecadação e Reforma Tributária, o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), prefeito Quinho de Belo Campo, defendeu que a Confederação Nacional de Municípios (CNM), junto às associações municipalistas do Brasil, junto com suas bancadas estaduais solicitem do governo federal um Apoio Financeiro aos Municípios (AFM) de forma emergencial, a iniciativa tem o intuito de tentar reverter o momento de crise que os municípios vivem com oscilação de receitas, uma vez que o período de restituição do imposto de renda impactou o valor do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O presidente da UPB justifica que a maioria dos municípios baianos são de pequeno porte, não possuem receita própria e dependem das transferências constitucionais, por conta disso vêm sofrendo há muito tempo e nos últimos meses tiveram o estrangulamento de suas receitas. “Nesse momento, eu sugiro um apoio financeiro do governo federal para minimizar o sofrimento dos municípios, haja vista, que já estão estrangulando. Os municípios menores são os que mais sofrem e não é de agora. Precisamos desse apoio para diminuir o sofrimento dos municípios e para que possamos sair do vermelho”, ressaltou o presidente Quinho.
Com o intuito de chamar a atenção para as dificuldades financeiras enfrentadas pelos municípios com oscilação nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e previsão de queda para o mês de agosto, as prefeituras da Bahia decidiram acompanhar o movimento municipalista de outros cinco estados do Nordeste para promover uma grande paralisação no próximo dia 30 de agosto. Serão suspensas as atividades administrativas em forma de protesto e sensibilização, sendo mantidos serviços essenciais, como saúde e limpeza urbana.
A iniciativa é articulada pela União dos Municípios da Bahia (UPB) e as entidades municipalistas do Nordeste para alertar o Governo Federal, Congresso Nacional e a população para a situação financeira das prefeituras, sobretudo na Bahia onde cerca de 80% dos municípios são de pequeno porte, não possuem receita própria e dependem das transferências constitucionais da União.
Para a UPB, a estagnação do repasse do FPM diante do aumento de despesas, inflação, folha de pessoal e previdência, somada a desoneração do ICMS dos combustíveis, torna a situação insustentável, levando ao colapso financeiro. Para este mês de agosto, a previsão de fechar com o recurso 15% menor que no mesmo período do ano passado preocupa os gestores e levam ao protesto.
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Fonte: bradojornal