Publicado em: 29/07/2023 Atualizado:: julho 29, 2023
Por Jornal Independente
O poeta e jornalista Almir Zarfeg dedicou pequenos textos poéticos à memória de Carlos Mensitieri, que faleceu na última quinta-feira (27), aos 63 anos, em Teixeira de Freitas/BA, vitimado por um infarto fulminante. O sepultamento aconteceu na manhã desta sexta-feira (28), no Cemitério Parque Reviver, na mesma cidade.
Carlos Mensitieri era presidente da Academia Teixeirense de Letras (ATL) e seu falecimento pegou todo mundo de surpresa, especialmente os acadêmicos teixeirenses, baianos e de outros estados, uma vez que Mensitieri fazia parte de várias instituições literárias e culturais.
Ele era engenheiro civil de formação em pelo menos três áreas da engenharia, mas, aos poucos, foi se interessando pela produção cultural e literária. Graduou-se também em direito, jornalismo, teologia e, por último, vinha cursando um mestrado em literatura brasileira no Campus X da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
“O amigo e confrade Carlos Mensitieri tinha uma vocação irresistível para experimentar o conhecimento em áreas tão díspares, como engenharia e poesia lírica”, disse Almir Zarfeg, presidente de honra da ATL.
O mesmo Zarfeg, que acaba de produzir algumas trovas (que ele chama de trovíssimas), haicais, aldravias e quintas para homenagear o saudoso amigo.
Entre as trovíssimas, cita-se por exemplo esta:
Vai, Carlos, ser vencedor
Na vida por toda a parte.
Mas experimenta a dor
E celebra a grande Arte!
Mas há também outra que faz referência aos quatro cavaleiros da Gothia, já que Carlos Mensitieri compunha a Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente. A seguir, um dos haicais dedicados ao saudoso presidente:
Sentimentalmente
Este inverno vai durar
Em nós para sempre!
Já este haicai prevê dias melhores com a chegada da primavera: “Mesmo tardiamente / A florzinha vem curar / Nosso corpo e mente!”
Mas há espaço também para aldravias – “qual / a / cor / da / coragem?/ Carlos!” e “quem / retocou / o / carpe / diem? / Carlos!” – bem como para quintas, outra forma de poema minimalista.
A quinta, como o nome sugere, é composta por uma única estrofe com cinco versos, com alguma particularidade, conforme se verá abaixo:
esquecer todas
as quintas-feiras:
cultivar boas
amizades em
TEIXEIRA!
eternizar todas
as sextas-feiras:
manter ideias
bem-vindas e
INTEIRAS!
“Enfim, são textos singelos e motivados pelo passamento de Carlos Mensitieri, que nos deixou de maneira surpreendente, mas cujas trajetória e obra vão ficar para sempre gravadas em nós”, concluiu Zarfeg, responsável pela edição das obras do falecido.