Publicado em: 09/11/2022 Atualizado:: novembro 9, 2022
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), ex-presidente do PSDB, comentou em entrevista ao jornal O GLOBO publicada nesta quarta-feira (9) sobre a situação do partido dos tucanos no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Apesar de ser uma das principais lideranças tucanas a declara apoio ao petista no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL), Jereissati defendeu que o PSDB se mantenha independente, numa postura de “oposição não sistemática” sem ocupar cargos ou integrar a base aliada no Congresso.
“Na minha opinião, nós devemos fazer uma oposição não sistemática, como fizemos no primeiro governo do Lula, aprovando vários projetos de interesse dele. O presidente Lula está se propondo a fazer um governo de coalizão que conjugue várias tendências e pensamentos. Então, vamos esperar para ver até que ponto vai a nossa oposição. Na minha opinião, o partido não deve ter cargos nem integrar a base de governo; tem que ficar independente”, disse o parlamentar.
Ainda durante a entrevista, Jereissati revelou que teve uma conversa com Lula após o resultado do segundo turno, em São Paulo. “Ele (Lula) falou dessa disposição de fazer um governo aberto, da preocupação extrema em acertar e que o governo não seria pautado apenas pelas agendas do PT. Lógico que o PT terá um papel forte, mas ele entendeu que o resultado foi de uma conjugação de esforços de vários partidos e tendências”, completou.
O senador destacou, ainda, que o presidente eleito Lula terá governabilidade, mesmo após o presidente Bolsonaro ter conseguido garantir uma base forte de oposição no Congresso.
“O grupo mais radical é menor do que apoia o governo Bolsonaro hoje. E o governo federal é sempre atraente para os políticos, na história do Brasil. Só o fato de o governo mudar já tem um apelo maior, de dar uma assentada. Acho que sim (Lula vai ter governabilidade), vai ter que negociar. Ele sabe que tem o Centrão aí e que é preciso muita habilidade dele”, garantiu o tucano.